2008-04-06

Nostalgia...

- Nunca vi um “bicho bravo” como tu!
...
Isto diz o meu tio que se delicia em rever as histórias por mim protagonizadas, na minha tenra infância.
- Eu bem avisava a tua mãe que um dia algum dos cães te morderia ou te pegaria alguma doença…
Eu levar trincadelas de cães ou apanhar a febre da carraça?!
Bah!
Resumindo:
Mas comecei a andar sentia-me deveras atraída para brincar com os cães do meu tio e avô (caçadores, por isso havia há volta de uma dezena de caninos). Sim porque como neta mais velha…não tinha com quem brincar e…passei a ter brinquedos vivos!
E a minha brincadeira preferida: Sempre que as fêmeas tinham crias eu adorava ir para dentro da casota do animal e pegar naquelas coisinhas peludas e fofinhas. E a mãe dos cachorros o que fazia? Desgraçadamente ficava lá fora calma e serena e…nunca me rosnaram, ou proibiram a entrada.
Por vezes se a casota era demasiado pequena (eu devia ter uns 2 anos) pegava em 2 cachorros, de cada vez, e ia levá-los a passear. Quando a minha avó me via ao longe com coisas debaixo do braço…
- Lá vem a Nininha…o que será que ela trás desta vez? Ai não acredito!!! Vai já lá pôr os cãezinhos ou ainda os estrangulas! Olha que o tio quando chegar ralha!!!
Pois sim…ele até achava graça!
E tanta liberdade eu exigia (isto com 2 e 3 anos) que estive em algumas situações de risco…
Mas de uma das vezes, entra um cão:
A menina Mimi (senhora solteira) estava no seu pomar apanhando maçãs, quando ouve um cão da minha avó a ladrar em direcção à sebe que ela tinha perto do seu jardim. Inicialmente não ligou. Pensou que ele estava a tentar apanhar alguns dos vários gatos que ela tinha. Mas o animal não parava. Ali ficava no caminho, de modo que ela o visse, e olhava para ela e voltava a ladrar para a sebe. Ao fim de uns minutos naquilo, ela teve de ir ver o que se passava.
Bem, ela ia tendo um ataque cardíaco!
Lá estava a Nininha a brincar com uma ervinha, sentada na velha tampa de madeira do poço. Um poço tão grande, mas eu escolhi sentar-me na tampa!
Ela com muita calma chama por mim, começa a conversar comigo, e tenta que eu não me mexa. Mas quando se aproxima, agarra-me rapidamente e, disse depois à minha mãe que tinha sido um milagre o cão ter avisado. Que a tampa estava tão velha que nem sabe como aguentou com o meu peso!
É o que faz ter ligação a estes animais.
Carinho com carinho se paga.
Claro que tenho inúmeras histórias com animais, mas este episódio tocou-me mais.
- Ainda hás-de pagar por todas as preocupações que me fizeste passar. Espero que tenhas uma filha como tu para perceberes o que eu passei – diz de vez em quando a minha “cota”.
(Credo!!! Espero que não…)


http://www.youtube.com/watch?v=Fd2Cm2HwVtI

5 comentários:

Pink disse...

É o que faz ler recordações dos outros...fico nostalgica e no almoço domingueiro com os meus pais...eles relembraram certos episódios da minha infância.
Eu era terrivelmente chanfrada!

Su disse...

eu gostei de ler.te
e ...gosto de quem gosta de animais

jocas maradas

carteiro disse...

A idade das traquinices... se bem que também há aqueles,como eu, que eram demasiado tolos para se mexer a fazer coisas deste tipo. Coisas que toda a gente fazia.

Guidinha Pinto disse...

Ruiva, terrorista, deve ser fresca, a ana-pink ;)
Engraçada a estória. Está bem contada. Continue. Virei lê-la. E gosta de cães. hum ... encantada por a *conhecer*.
Abraço.

Guidinha Pinto disse...

Esqueci-me de perguntar: A foto é sua? Que foforinha!
Quero mais ;)